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PALAVRA DA DIREÇÃO

Gosto muito de ler os escritos de Peter Drucker, falecido, com mais de 90 anos, em novembro de 2005, lúcido e sempre bem-humorado. Um de seus comentários, que pode servir para reflexão de educadores, formais ou não, diz respeito ao futuro: “Tentar fazer o futuro acontecer é arriscado, mas é uma atividade racional.
 
E é menos arriscado do que continuar a trajetória com a confortável convicção de que nada vai mudar [...] O propósito da tarefa de construir o futuro não é decidir o que deve ser feito amanhã, mas o que deve ser feito hoje, para que haja um amanhã, impor ao futuro, que ainda não nasceu, uma nova ideia que tenda a dar uma direção e um formato ao que está por vir. Isso poderia ser chamado de FAZER O FUTURO ACONTECER.” Isso, para mim, significa que devemos sonhar, sonhar muito. Mas, é necessário levar o sonho para o campo da ação, ou seja: para garantir a existência de um futuro, é melhor construí-lo que permanecer na inércia que acomete a maioria das pessoas. Tenho vivido esses anos de minha vida com base nesse princípio da proatividade.
 
Não só no que diz respeito à minha vida pessoal e profissional, mas também sempre que busco intervir na educação de crianças e jovens. E, fazendo uma reflexão a respeito do sucesso que identifico em meus ex- alunos, tenho, cada vez mais, a convicção de que esse é o caminho correto. A Escola, como a conhecemos, tenta, a todo instante, aplicar técnicas de homogeneização aos grupos, fazendo-os acreditar que, só por assistirem a determinadas aulas, iguais para todos e usarem material didático também comum a todos, está preparando-os para diminuir, num futuro que já é hoje, a desigualdade no mundo em que vivemos. Isso se repete, como sabemos, há muitos anos. Se, ao contrário, buscarmos identificar as diferentes competências, habilidades e necessidades de cada um, poderíamos possibilitar que cada educando fizesse seu próprio futuro. Isso quer dizer que o mundo precisa de UNIDADE e não de UNIFORMIDADE. Unidade entre professores, alunos e famílias, todos lado a lado, como eternos aprendizes, protagonistas ativos na busca de seu próprio futuro, construído, sempre e sempre, em um mundo com crescente oferta de conhecimento, onde novos ambientes educativos serão reconhecidos.
 
Com isso, também afirmo que, se nesses últimos trinta e cinco anos fiz boas ações educativas, não há garantias de que continuaria a fazê-las, mantendo a Instituição que construí da mesma maneira como vocês a conheceram. É porque construo hoje o meu futuro e ensino meus alunos a construírem os seus, que o sucesso contempla, com frequência, nosso dia-a-dia. Somos diferentes, mas nos completamos. Temos unidade, mas somos independentes. Pensamos, trabalhamos e construímos, respeitando nosso próprio ritmo e fazendo acontecer um belo futuro.
                                                                                                                                                   
                                                                                                                                                      Edna Roriz
 
                                                                                               
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